quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Roma, 30 de setembro de 1989

Minha querida Ada,

Tens muitas perguntas, que são perfeitamente inteligíveis, de fato. Rogo para que seja capacitado a respondê-las no momento oportuno. Por agora, apenas informo que mantenho o papel com a sua persona guardado com o maior dos esmeros, dentro de um baú de metal no qual guardo outros pedaços de minha vida. Nessa peça há dez palavras, memorizadas prontamente em meu cérebro:

Ada

Pensamento

força

Obstinada

Espírito

Paz

Frágil

Melodia

Sombras

Brilho

Essas palavras me saltaram aos olhos rapidamente. Havia outras pessoas que configuravam palavras escuras, como "dinheiro", "marrom", "sarcasmo", "vazio". A sua combinação, aos meus olhos, foi a mais bela de todas. Confesso que minha curiosidade em abrir todas essas palavras em ti é maior do que eu, no momento.

Não, nunca conheci Eugênio. Ele sequer sabia da minha existência, pois eu não constava da sua relação de papéis.

Saudosos abraços,

Tito