terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Rio, 6 de setembro de 1989

Caro Tito,

Sua carta me emocionou muito. A ferida causada pela morte de meu primo ainda não se fechou e duvido que isso aconteça algum dia. Mas creio que sua iniciativa em memória dele é, no mínimo, muito bonita. Tenho tantas perguntas. Demorei tanto a responder sua carta, peço desculpas por isso. Mas tudo é muito intenso para mim. A nossa perda recente, receber uma carta com o selo da Torre de Piza justamente em um dia que eu pensei que fosse desabar de uma vez. Ainda estou muito confusa. Preciso perguntar-lhe algumas coisas: Você e Tito se conheciam? Qual seu grau de parentesco? Somos parentes, eu e você? O que mais foi enviado à Itália? A que pessoas? O que dizia no papel com meus dados, que o fez desejar me conhecer profundamente, ou desejar profundamente me conhecer, dentre tantas pessoas? (creio que era isso que você quis dizer, perdoe minha interpretação invasiva). Não se preocupe a respeito de sua gramática. Não é ruim, acredite. É de certa forma fascinante observar sua forma de escrever.

Até breve,

Ada

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